Mostra de Solos Micelial Raízes em Conexão
Após 42 dias, em intensa pesquisa de campo, integrantes do coletivo adentraram regiões de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Pará, seguindo os rastros deixados pela ancestralidade de cada um, para resgatar suas histórias de vida e resignificar novos processos identitários, servindo de material para suas criações coreográficas e um mini documentário.
As quatros criações deram origem à Mostra “Micelial – Raízes em Conexão”, com os espetáculos "Sopros em Pedra nos Açude da Memória", de Jô Pereira, "Chão-Raiz", de Andrea Soares, "Irradiante", de Fabrício Enzo, e "Curare, Maré de Memórias", de Leandro Medina.
SerTÃOmar
Criado a partir do aprofundamento da pesquisa do Núcleo em torno da ancestralidade negra de origem bantu no Brasil, “SerTÃOmar” debruça-se sobre a cosmogonia bacongo para revelar seus vestígios na cultura brasileira. Tendo como recorte inspirador a Kalunga, linha das águas que divide o mundo em que vivemos (Nseke) e o mundo onde vivem nossos ancestrais (Mpemba), que revelar, desde os recônditos do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, algo muito além destas memórias das águas: as humanidades diversas que são faces de um Brasil profundo, negro e esquecido, mas que está na base de muito do que somos. “SerTÃOmar” foi contemplado pelo 25º Edital de Fomento à dança para sua criação.
Cor-ação
Espetáculo interativo de Dança Contemporâneo-Brasileira, com música o vivo, é voltado para o público infantil, mas tem caráter cogeracional, propondo a participação em família.
Preferencialmente indicado para espaços não convencionais, “Cor-Ação” inspirou-se na multiplicidade de formas e cores apresentadas nas manifestações espetaculares tradicionais brasileiras, animadas através do movimento dançado dos artistas populares, e na significação e importância das cores para as pessoas.
Glocalidades - Antropofagia nossa de cada dia
Primeiro espetáculo de dança contemporâneo-brasileira, para espaços não convencionais e com música ao vivo, Glocalidades... é trilhado com base na improvisação e na interatividade com o público, a partir de um roteiro temático pré-estabelecido, que vai se construindo a partir desta interrelação. Acreditando que cada corpo traz uma dança, que se transforma no tempo e espaço, o Núcleo Pé de Zamba investe, na multiplicidade das formas de expressão do corpo, na relação como estímulo musical. Assim, música e dança são propostas a partir da relação de troca entre movimento e ritmo, entre elenco e público, entre dança, música, palavra e elemento plástico.
A Cruz Que Me Carrega
Espetáculo de dança ‘contemporâneo-brasileira’ inspirado na tradição afro-banto encontrada principalmente no sudeste do país. Tem como força motriz o desejo de traduzir a beleza e a força deste legado que, de alguma forma, permanece enraizado como um forte elemento da cultura brasileira. Concebido para espaços não convencionais, “A cruz que me carrega” traz música ao vivo e foi contemplado pelo Prêmio Funarte Klauss Vianna 2012 para sua criação.
Bons de Jogo
“Bons de Jogo” é um espetáculo infantil de dança contemporâneo-brasileira inspirado na prática de esportes. De caráter interativo e com música ao vivo, aborda o tema com ludicidade e um toque de humor reapresentando os esportes a partir de um olhar mias centrado na coletividade do que na competição.
Descarrego
Inspirado nas tradições do congado mineiro e construído a partir de vivências em campo na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Justinópolis, o solo “Descarrego” surgiu a partir de uma experimentação proposta durante o Mestrado de Andrea Soares, sua autora e intérprete. Amarras, marcas de vida e ancestralidade; corpo que dança evidenciando heranças culturais, pulsares... Trajeto de um refletindo a história de muitos. Em “Descarrego”, a construção da liberdade não é um processo solitário e o público configura-se como cúmplice deste percurso. Com pontes construídas entre a dança, a música e a antropologia, “Descarrego” debruça-se sobre o universo afro-banto, latente na comunidade pesquisada, para falar de um legado de beleza, força e resistência, presente no cotidiano do brasileiro, a despeito de toda violência e repressão destinada contra as populações afro-brasileiras ao longo da história.
